Preocupar-se com o futuro dentro do mercado de trabalho deveria ser uma atitude muito mais comum do que realmente é. Muitas vezes, essa preocupação se resume apenas a escolha de um curso com critérios sem profundidade, baseado em senso comum e sem considerar aspectos muito importantes que poderão ajudar a ser mais bem-sucedido, como o perfil profissional.
O perfil profissional é o conjunto objetivo e subjetivo das competências, influências e qualidades que ajuda a definir melhor a atuação dentro da profissão e que pode aumentar suas oportunidades. Quer dizer, inclui a formação técnica, os interesses, objetivos profissionais e as características pessoais que fazem com que algumas pessoas sejam aptas para certas colocações e não para outras, mesmo tendo o conhecimento necessário para exercê-las.
Logo, seu perfil profissional diz muito sobre você mesmo, sendo praticamente uma jornada de autoconhecimento na própria relação de trabalho. Descubra a seguir como fazê-lo e por que ele é tão importante!
Importância do perfil profissional
Em um mercado tão competitivo e segmentado quanto o atual, uma boa formação pode não ser o suficiente, embora seja essencial. Para se tornar uma referência em seu trabalho, é preciso muito esforço, planejamento e autoconhecimento. Conhecer o próprio perfil profissional ajuda exatamente nesse ponto, e pode ser a diferença entre escolher e ser escolhido na profissão.
É muito comum as pessoas entrarem em um emprego em que encaixam tecnicamente e, ao longo da trajetória, se verem insatisfeitas. Essa insatisfação, inclusive, pode afetar negativamente o desempenho dentro da organização e provocar uma espiral destrutiva. Um dos possíveis motivos disso é que o seu perfil profissional simplesmente não se encaixa com o que a empresa procura.
Uma organização de estrutura muito rígida, por exemplo, dificilmente será benéfica para evolução de carreira de quem tenha um perfil profissional com qualidades criativas e impulsivas. Logo, traçá-lo vai muito além da formação técnica, mesmo essa sendo parte integrante e imprescindível do processo.
Afinal, identificar o próprio perfil é o desdobramento de uma das maiores lições da base grega da civilização ocidental: “conhece-te a si mesmo”. A partir disso, ficará mais fácil encontrar onde você se encaixa ou saber o que precisa se adaptar para determinadas vagas de emprego.
Processo de autoanálise
Estabelecido que o perfil profissional é a sua identidade dentro da profissão, é preciso começar por um processo de autoanálise quanto a quem é você no mercado de trabalho. Como veremos, a autoanálise é apenas o primeiro passo, existindo outros métodos, testes e inclusive aconselhamento que poderão ajudar nessa descoberta.
Uma das melhores formas de proceder nessa busca de autoconhecimento profissional é se fazer perguntas que contemplem a elaboração de um resumo sobre suas experiências, formação, qualidades, defeitos e objetivos dentro do mercado de trabalho. Vamos dar alguns exemplos:
- Quais os motivos da escolha da sua área de atuação?
- Quais as suas características pessoais, como organização, liderança, flexibilidade e outras, que você procura em uma organização?
- Quais as concessões está disposto a fazer em sua vida pessoal por um emprego?
- O que é inegociável para você?
- Dentre os empregos e funções que já exerceu, quais os que lhe deixaram mais satisfeito?
- Quais suas principais motivações para trabalhar?
- O que você faz para melhorar quanto aos seus defeitos e para potencializar suas qualidades?
- Como você se vê profissionalmente em 5 anos?
- Como você se porta dentro de uma hierarquia profissional?
Uma reflexão sincera sobre essas perguntas, e outras que possam surgir a partir delas, pode surpreender. Por isso essa etapa da autoanálise é tão importante, a fim de descobrir o que se deseja e poder traçar um planejamento de carreira que contemple suas ambições profissionais.
Método 360 graus
O método 360 graus é muito utilizado nas avaliações de desempenho em empresas e pode ser perfeitamente adaptado para descobrir qual o seu perfil profissional. Em um resumo muito grosseiro, ele se baseia em conversar com as pessoas que o cercam. Quando utilizado nas empresas, frequentemente essa conversa se dá na presença de um superior hierárquico, um colega de profissão no mesmo nível e um subordinado, quando há.
Para traçar o perfil profissional, é mais interessante procurar pessoas que o conhecem em suas diversas esferas sociais e, em uma conversa, pontuar as mesmas perguntas da autoanálise para que respondam sobre si. É importante ter maturidade e inteligência social para se pedir sinceridade e encarar respostas de que possivelmente vai se discordar.
Entre as esferas sociais, é possível consultar o núcleo familiar, amigos profissionais, colegas de curso ou do trabalho. Muitas vezes, a autoimagem não corresponde ao que se transmite aos outros — não é raro sentir o espelho quebrando ao serem revelados um ou mais traços de personalidade de que não se tinha consciência.
Ou seja, o método 360 graus mede as impressões externas que as pessoas à sua volta possam ter de você e serve para ajudar a saber o que é preciso melhorar no comportamento, informações imprescindíveis para se traçar um bom perfil profissional.
Testes de comportamento e vocacional
Existem diversos tipos de testes de comportamento e vocacional que podem também ser utilizados para se traçar o perfil. Recomenda-se, nesse caso, procurar ajuda profissional como coaches, terapeutas profissionais e outros que possam auxiliar no processo e aplicar os melhores testes.
Um dos mais conhecidos é o teste DISC, que mede 4 áreas profissionais: dominância, influência, estabilidade e complacência. Essas áreas fornecem dados interessantes sobre a personalidade profissional e são um excelente instrumento de autoconhecimento.
A dominância mostra a forma como se lida com problemas e desafios, a posição que se toma frente a dificuldades e obstáculos, demonstrando um perfil mais ou menos enérgico.
A influência trata das relações interpessoais no trabalho, as interações e a capacidade de influenciar ou como se é influenciado.
A estabilidade fala sobre a reação diante de mudanças, trazendo à tona a capacidade de ser mais maleável ou conservador.
A complacência diz sobre a forma como se lida com as normas, regramentos e parâmetros institucionais da organização estabelecidos e pode mostrar perfis mais ou menos aptos a lidar com burocracias.
Conhecer o perfil profissional ajuda a fazer melhores escolhas na progressão da carreira, nos cursos e especializações disponíveis e na forma como se relacionar com colegas de trabalho. É uma análise importante para, inclusive, decidir a própria profissão e curso na faculdade.
Ficou alguma dúvida sobre como traçar um perfil profissional? Deixe seu comentário!
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